OMBRO DO ARREMESSO E DO NADADOR

O ombro é muito solicitado nos esportes de arremesso (os que realizam movimentos acima da cabeça). É uma articulação única que permite ampla mobilidade, levantar e sustentar grandes pesos acima da cabeça, atingir altíssimas velocidades angulares e sustentar violenta desaceleração
ARNALDO AMADO FERREIRA F0. IOT HC- FMUSP

No arremesso existe então um paradoxo: o ombro necessita ser móvel para permitir extremos de amplitude e rotação externa, mas estável para evitar sub-luxações sintomáticas. No movimento coordenado (cadeia cinética), 50% da força gerada vem do tronco e membros inferiores, sendo que a realização correta das etapas do movimento é essencial para a performance, prevenção de lesões e reabilitação.

Na sequência de treinos diários, existe uma alta concentração de força e demanda:

1) natação: 8.000-10.000 braçadas / semana.

2) pitcher do beisebol: velocidade angular de 7000º/seg (no tênis chega a 2500º). 3) no lançamento da bola, a força gerada equivale a 1,5 x peso corpo. A articulação permanece sob risco constante de lesão.


MARCO TULIO, EDUARDO FERRI, JOSE SILVANY, MARIANA PONTES, CARLOS SANTANA, JOILTON SILVA, PAULO ROBAZZI, 2010

Em estudo que fizemos em nadadores de elite de Salvador-BA após o treino, 19% dos atletas apresentavam dor atual com prejuízo de rendimento, e 38,5% já tinham apresentado dor pregressa.

Os sintomas relatados muitas vezes são vagos e o diagnóstico se torna difícil. Nas instabilidades muitos atletas não luxam e se podem se queixar de uma perda momentânea de força (síndrome de “dead arm”). O exame de ressonância pode ser normal ou até falso +/-. É importante analisar o sintoma durante o gesto esportivo.

No arremesso, existe um padrão similar de disfunção, e as lesões ocorrem como uma cadeia progressiva de eventos:
1. Contratura capsula posterior com alongamento anterior
2. Discinesia escapular
4. Forças de rotação externa (peel back): lesões slap
5. Impacto interno: supra-espinal borda posterior glenoide

A maioria das lesões devem ser tratadas inicialmente de modo conservador com reabilitação. A exceção é um evento traumático agudo como luxação ou a lesão completa do manguito.

como protocolo de tratamento, é importante individualizar o atleta. Correlacionar a história e exame físico com rendimento e monitorar cada alteração encontrada (sinais de risco). Restabelecer a cadeia cinética e a correção de posturas inadequadas, a flexibilidade posterior e o balanço muscular. O retorno às atividades deve ser gradual, com o uso de critérios objetivos para a progressão.


As fraturas dos côndilos e epicôndilos apresentam um grande potencial de desvio pela tração muscular. Nas fraturas do côndilo pode haver desvio articular, e há necessidade de fixação anatômica e um período prolongado de imobilização de 06 a 08 semanas.

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